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  • Foto do escritorLeonardo Maia

Psicopatia: Doença dos Governos!


Precisamos falar dos Psicopatas!

Como despovoar o mundo dos psicopatas?

Nossas vidas são gerida por Psicopatas?

A Patologia Mental dos governantes: Psicopatia


Diante dos últimos acontecimentos no país, o assalto das corrupções, as mentiras recorrentes, falência de instituições que deveriam nos proteger e zelar por nossa vida e o extremo uso do capitalismo no sentido de se alcançar o lucro máximo não importando as consequências, seria possível afirmarmos com absoluta certeza:


Somos Governados e Geridos por Psicopatas!


Estas "personalidades" que sistematicamente nos afrontam, nos prejudicam e se beneficiam sem escrúpulos mesmo tendo a informação que praticam delitos mais ou menos sérios só podem estar seriamente comprometidas ou tem um profundo desvio de caráter. Para a psicanálise tratam-se simplesmente de Psicopatas e o mundo parece infestado deles, seria culpa das mães latinas?


Bom, esta constatação não é algo propriamente novo e muito já foi escrito sobre a permanência dos psicopatas no comando, provavelmente porque o binômio Psicopatia e exercício do poder são inseparáveis.


O que nós, seres empáticos perpassados pela experiência com o outro e geridos por vínculos mais estáveis internos e externos, poderíamos fazer? Uma boa resposta seria evitar que mais psicopatas sejam produzidos pela sociedade e reconhecer aqueles já estão por ai! Mas como?


Se entendermos os elementos fundamentais da “gênese” da formação deste tipo de personalidade e trabalharmos neste sentido, talvez algo mude ao longo dos anos. Porém posso adiantar, um mundo utópico sem psicopatas não existe, por outro lado uma sociedade mais sadia e humanizada já seria um ganho!


Se você conhece alguém com filhos pequenos, educadores, cuidadores de crianças, transmita essas informações e contribua neste sentido.


Vamos falar de 3 aspectos fundamentais, dentre muitos, para que os psicopatas surjam e, a partir deles, os desdobramentos serão inevitáveis no sentido de elaborarmos mais profundamente a ideia que busco trazer com este texto.


São eles: Os vínculos na infância, a expressão das emoções e o desejo de poder. Seguindo de maneira sintética por este campo, tentarei desmistificar o funcionamento intrincado destas personalidades sedutoras e a partir do seu entendimento quem sabe, contribuiríamos no desenvolvimento de nossas crianças e do corpo social do qual somos células.


Os vínculos na infância:


Para a Psicanálise as nossas relações com o mundo são mediadas pelos vínculos que somos capazes de fazer em todas as instâncias e isso começa basicamente na infância. Neste período fundamental as figuras de cuidado vão sendo internalizadas lentamente, essa dinâmica rege nossa vida e obedece à instintos criando futuramente motivações psicológicas mais duradouras e observáveis na conduta. De alguma maneira na infância, os psicopatas teriam experimentado relações com mães pouco enérgicas, enfraquecidas ou deprimidas que concederiam muita indulgência (flexibilidade) aos erros e limites, criando assim “uma regra de exceção” especialmente contra um pai enérgico, autoritário e muitas vezes violento. Em um nível inconsciente, o que fica registrado, seria algo como: “vamos fazer de conta que o papai manda, mas você pode fazer o que quiser, a mamãe vai deixar pois te ama e não vai contar nada para ele”. Isso é um pouco assustador mas é mais comum do que pensamos!


Vale lembrarmos que, na atualidade, com o aumento do número de pais separados e competindo entre si pela atenção e aprovação dos filhos, vem surgindo uma grandiosidade infantil. Se Freud considerava “Sua majestade o Bebe”, para os psicopatas diríamos: Sua majestade o Bebe, a criança, o adolescente seguindo até a idade adulta. Evidentemente estes papeis se alternam entre as figuras materna e paterna especialmente nas novas configurações de família, encontramos até mesmo estes engendramentos (arranjos) nas instituições. Percebam que a figura materna representa aqui o papel de cuidados essenciais, pode ser um professor(a), baba, cuidador(a), e a figura paterna o papel de alguém que apresenta o mundo e seus limites para a criança por isso o termo “figuras”.


A expressão das emoções:


Nesta toada, outro fator desencadeador deste tipo de sujeito seria uma ausência da tradução das emoções da criança pelos pais. No fundo o que a criança pode sentir é uma profunda angústia e incômodo sendo papel dos cuidadores dizer que sentimento é aquele, explicar a sua origem e fazê-la entender que pode ser resultado de uma frustração perante algumas impossibilidades vividas no coletivo. Bom, até aqui o normal é que a criança se entristeça, simbolize, entenda e após alguns minutos volte a brincar. Porém alguns pais parecem não suportar ver os filhos angustiados e no lugar de acolherem, conversarem para saberem o que está acontecendo com carinho e afeto presenteiam os filhos para que aquilo passe de alguma maneira sem ao menos simbolizarem, “comprando” prematuramente a felicidade dos pequenos.


Ora, quem nunca ficou frustrado ou triste com algo? Problema encerrado certo? Nem sempre, pois a articulação das emoções vai ficando precária e é mais difícil para que a criança identifique os sentimentos já que ninguém os nomeou.


Quando sentem, estas crianças ficam enfurecidas e descontroladas, gritam, se jogam no chão, as birras são intermináveis. Já quando demonstram alegria são artificiais beirando a mania num salto como que num ataque “mini-histérico”. Constatem que, a onipotência, o tudo posso, vai se instalando lentamente e em conluio com os pais há o enfraquecimento dos limites saudáveis que deveríamos encarar nesta fase.


O desejo de poder:


Acho que a última característica fica mais clara agora e podemos imaginar o motivo destes indivíduos terem um profundo desejo de poder e uma expressão emocional quase ausente sem demonstrarem compaixão. Na verdade, a busca estaria na recuperação a qualquer custo, das relações de privilégio e poder antes obtidas sobre a proteção dos pais. Vale lembrar que este arranjo pode estar presente em todas as classes sociais, não é somente o que se pode comprar mais sim o que é ou não permitido e manipulado.


Nos psicopatas, os posicionamentos e motivações quase sempre são narcísicos (voltados para si) e o self (conjunto de características essenciais da personalidade) é bem deficitário. Houve portanto uma profunda falha no apego humano e na confiança e os outros são usados para se alcançar os interesses próprios. Neste ponto percebemos que a sociedade está dentro e fora bem como a relação com os pais permanece refletida ao longo da vida. Quando pegos, se gabam dos delitos e maldades e não parecem arrependidos pelo contrário, tem a uma sensação de prazer e se “exibem” ao serem desmascarados.


Por tudo que passaram, os psicopatas consideram as emoções como fraqueza e vulnerabilidade e devido à isso raramente procuram uma terapia ou ajuda. Em minha experiência clínica, por mais estranho que pareça, quando chegam ao consultório reclamam dos limites externos que os impedem de conseguirem o que querem. Mencionam que as pessoas não os validam ou não os obedecem mais numa profunda crise de autoridade, algo como uma “birra” tardia. Assim percebemos uma projeção destes vínculos do passado e que agora podem ser observados na atuação do indivíduo adulto.


Indo para a questão final, é possível mudarmos um psicopata?

A resposta é: Se por “acidente” eles buscarem uma terapia “talvez” sim!


As mudanças de conduta se dariam por meio de uma profunda introspecção com certa internalização da culpa e um repertório emocional mais elaborado mediado pela figura do terapeuta. Alguns psicanalistas mais conservadores diriam inclusive que o psicopatas não são tratáveis, eu particularmente considero este posicionamento radical. Muito tempo depois, após estes pacientes inclusive tentarem manipular e usar o próprio terapeuta, pode haver uma luz no fim do túnel.


O trabalho nestes casos é extremamente complexo e requer muita prática e conhecimento da técnica já que a questão da análise, autoanálise e da introspecção são paradoxais e podem confundir o analista que tende a se desmotivar ao longo do processo desistindo do caso. Desta maneira as supervisões clínicas constantes para estes casos são fundamentais.


Basicamente encontraremos nestas personalidades a história de uma infância de sofrimentos, negligências, falta de limites e abusos além é claro de uma profunda dificuldade em expressar as emoções com palavras.


Por isso tudo, os psicopatas encontraram no isolamento e na manipulação, uma estratégia para evitar a dor, buscando sempre alguma compensação já que não tiveram as emoções ouvidas. Provavelmente foram cercados de adultos ocupados demais com os próprios projetos e carências com pouca ou nenhuma prática para ajudarem no desenvolvimento infantil. Houve portanto, excesso material, permissividade e falta emocional sempre dentro de um contexto social e cultural em comparação com os pares independente do poder aquisitivo da família.


No texto Sobre o Narcisismo de 1914 Freud já dizia que somos, ao mesmo tempo, seres singulares e o elo de ligação de uma cadeia "intergeracional" à qual sempre estaremos submetidos, por isso podemos afirmar que: Psicopatas tendem a terem filhos psicopatas e a prevalência nos homens, segundo os estudos, parece maior já que a mulheres em nosso contexto, se depararem bem mais cedo com alguns limites e com a violência.


Se você é pai, mãe ou cuidador(a) e encontra-se confuso nos cuidados com as crianças, procure ajuda enquanto ainda há tempo e, caso tenha reconhecido na sua história traços destas narrativas pode ser bastante saudável encontrar apoio em uma terapia.


Se este tema é do seu interesse ou se você precisa de ajuda,


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